sábado, 18 de setembro de 2010

A BELEZA DAS VOVÓS

Vovó Leo perguntou para Vitor:
- Qual vovó é mais bonita? Eu, ou a vovó Geô?
Ah! Vovó Leo! Não pergunte isso!
 Não pode existir comparação entre a formosura  das vovós.
Cada vovó tem a sua performance incomparável, porque traz dentro de si uma longa história de vida, que só outras vovós sabem. E esta história elas carregam no olhar, no sorriso, no próprio corpo. A começar pela feminilidade infantil, as brincadeiras de boneca, já querendo ser mãe, nem imaginando que naquela brincadeira já estaria prenunciando um distante abraço aconchegante e carinhoso de vovó.
E as comidinhas? Pra quê?
 Num passado um pouco mais distante, pedir um pouquinho de arroz cru para mamãe (ou para a vovó) para cozinhar num fogareirinho improvisado no fundo do quintal. E, num passado mais recente, comidinhas de plástico, multicoloridas, imitando hambúrguer ou cachorro-quente dos fast foods. E nesta prática  a iniciação do prazer em preparar coisas gostosas para o marido (futuro papai e vovô), depois para os filhos e, num espaço de tempo maior, para os queridinhos da vovó. Digo preparar, sem preconceitos, pois pode ser também escolher nas vitrines ou nos cardápios do universo das comidas prontas. Mas, precisa saber escolher, não é mesmo?
E aí vem a beleza carregada de amor, de cuidado, ansiedade de agradar, ao longo dos anos, que aos poucos vão formando pequenos sulcos em volta dos olhos e branqueando os primeiros fios de cabelo.
E depois, precocemente, bem antes dos meninos, o despertar do interesse pelo outro sexo, já querendo, inconscientemente, escolher o pai para seus filhos e... num futuro igualmente distante... o vovô para seus netos.
E aí começa uma verdadeira odisséia.
 Algumas ficam na torre cuidando e penteando seus longos cabelos, aprisionadas por alguma bruxa, que pode ser o cuidado, o egoísmo, o excesso de proteção exterior ou instinto de autoproteção, esperando o príncipe ouvir seu canto e pedir suas longas tranças. Outras se lançam na busca enfrentando os perigos, procurando domar as feras ou, sendo domadas (esse é o perigo!). Mas, é nesta espera passiva ou ativa que a beleza vai se  formando, se aprimorando, se fortificando para a verdadeira luta na arena principal: o casamento.
Aí entra em cena a verdadeira guerreira, ou melhor, mais que isso, a perfeita gladiadora “ a la Russel Crowell, como Máximus em “Gladiador”. Com os mesmos princípios que ele demonstrou de altruísmo, fidelidade, persistência, coragem e até, se preciso, uns lances de crueldade para “proteger o futuro de Roma”, cá entre nós...
É nesta arena que a beleza cristalina da mulher (sem querer plagiar a do Guilherme Arantes) vem à tona e vai se aperfeiçoando a duras penas, mais ou menos como a beleza estética: tira aqui, acrescenta ali, tudo com muita dor. E vocês , vovós sabem muito bem do que estou falando. Quanto se perde! E como dói!
Mas, graças a DEUS, quanto se acrescenta de paciência, resignação, temperança,  alegria dos bons momentos, e muita sabedoria!
E tudo o que foi perdido e acrescentado estão refletidos nos pequenos sulcos do rosto e nos brancos dos fios. Isto é feiúra? De jeito nenhum!
É a pura beleza das vovós! Para ser respeitada e admirada, e... vovó Leo, sem comparações!
Cada uma tem a Sua beleza própria.
 Incomparável Beleza!
 Que todos, principalmente os vovôs reconheçam isto!
Dedico a vovó Leo com muito carinho, porque somos, juntas,  vovós de dois “cuequinhas” lindos: Davi e Vitor.

Um comentário:

  1. Que saudade, Geô!!
    E que mensagem linda! Vc está muito inspirada, hein?
    Seus netos devem adorar ter uma vovó como você!!!
    Saudades, beijão, Gisele (EMEI).

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