quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PATCHWORK- QUILTANDO NOSSAS VIDAS

PATCHWORK- Definições
Patchwork - pode ser conceituado como um trabalho artístico de reunião de retalhos, como também sendo uma técnica de trabalho.
Quilt – (pronuncia-se Kwilt) – é um termo em inglês, usado para denominar uma colcha, coberta ou manta acolchoada ou estofada. Um quilt é feito em três camadas: frente(top), recheio (batting) e o forro (backing).
Quilting – é uma costura, um alinhavo com pontos pequenos e espaçamentos uniformes; um tipo de pesponto, que pode ser feito à mão ou à máquina. O quilting é utilizado para segurar as camadas do quilt.
Essas três definições foram copiadas de um artigo de autoria de Patrícia Rosana da Silva Limoeiro.

Você já viu uma colcha de retalhos?
O plano de fundo de meu blog foi escolhido “a dedo” por mim e meu filho Lucas por ser um patchwork, pelo qual sou apaixonada. Já fiz alguns trabalhos com retalhos, mas só agora estou tentando me aprimorar na técnica deste artesanato.
Mas, não vou falar de patchwork propriamente dito e, sim, usá-lo em comparações.

Pode se fazer uma analogia com nossas vidas?

Desde menina via minha mãe costurando. Ficava embaixo da mesa brincando com os retalhos e gostava de ouvir o som ritmado da tesoura deslizando e cortando tecidos. Fazia um som bem característico em contato com a madeira.
Seria assim? Ruan... ruan... ruan...
Aquele som soava gostoso aos meus ouvidos. E, desde então, sempre que via trabalhos manuais feitos com retalhos me interessava e me encantava!!!
Pequenos pedaços de tecidos de várias tonalidades: uns bem alegres, outros mais discretos para contrastar, outros até bem tristes, sem graça, mas... num todo ficava lindo! Eram tons em harmonia.
O triste existe para a alegria se manifestar exuberante! C’est la vie!

Assim é o patchwork.
Seria assim também com nossa vida?
Permeada de tons e texturas, momentos suaves, em tom pastel e outros em tons gritantes, ferindo nossa visão de mundo.
Acontecimentos em preto e branco, contrastantes, mas sem alegria nenhuma. Outros muitos festivos, cheio de cores, tons ofuscantes até!
Para as mãos femininas que vieram tecendo a colcha de retalhos de suas vidas por um longo tempo já podem visualizá-la quase completa, faltando somente os arremates finais.
Pode ser uma colcha com uma diversidade de tons, alegres e tristes para quem não teve medo de viver.
Algumas com cores bem fortes, chocantes, marcadas por encontros, desencontros, desamores, vividos com muita intensidade.
Outras bem monocromáticas, sem muita alteração de cor, pois foram tecidas por uma vida sem muitas adversidades, com muita autoproteção, imersas em rotina e mesmices.
Mas, para quem já está nesta etapa de ver seu quilt quase pronto, não fique só olhando para as imperfeições do que já foi feito, porque não dá mais para “descosturar”!
Dedique-se ao acabamento com muito capricho!
Dá tempo ainda para fazer uns retoques, suavizando os tons intensos vividos com cores mais suaves, dando maior cor aos efeitos mais desbotados e sem vida, arrematando com fitas de cetim ou até de veludo para chegar ao fim desta caminhada sentindo-se realizada, admirando, com muito prazer, a beleza do resultado.
Porque... quando se inicia este trabalho artesanal, o “patchword” da vida, não se tem técnica nenhuma. Vai se coletando informações de como unir os detalhes (os pequenos retalhos do cotidiano), com um “mix” de aprendizado e dom natural e assim costurando este viver.
Mas, com o passar dos anos, a bendita experiência, a sabedoria de vida, vai ensinando a aprimorar esta técnica e aí sim: pode-se completar este trabalho com muita dedicação.
Reinventar, superar, sem lamentar, desprezando os fiapos e “customizando” sua própria existência.
Mãos à obra, mãos femininas, terminem seus quilts com todo empenho.
Valorizem cada retalhinho deste viver!
Não deixem que outras mãos façam isto por vocês!
E que possamos aprender sempre com as obras magníficas do melhor artesão do universo, o nosso MESTRE JESUS.

sábado, 18 de setembro de 2010

A BELEZA DAS VOVÓS

Vovó Leo perguntou para Vitor:
- Qual vovó é mais bonita? Eu, ou a vovó Geô?
Ah! Vovó Leo! Não pergunte isso!
 Não pode existir comparação entre a formosura  das vovós.
Cada vovó tem a sua performance incomparável, porque traz dentro de si uma longa história de vida, que só outras vovós sabem. E esta história elas carregam no olhar, no sorriso, no próprio corpo. A começar pela feminilidade infantil, as brincadeiras de boneca, já querendo ser mãe, nem imaginando que naquela brincadeira já estaria prenunciando um distante abraço aconchegante e carinhoso de vovó.
E as comidinhas? Pra quê?
 Num passado um pouco mais distante, pedir um pouquinho de arroz cru para mamãe (ou para a vovó) para cozinhar num fogareirinho improvisado no fundo do quintal. E, num passado mais recente, comidinhas de plástico, multicoloridas, imitando hambúrguer ou cachorro-quente dos fast foods. E nesta prática  a iniciação do prazer em preparar coisas gostosas para o marido (futuro papai e vovô), depois para os filhos e, num espaço de tempo maior, para os queridinhos da vovó. Digo preparar, sem preconceitos, pois pode ser também escolher nas vitrines ou nos cardápios do universo das comidas prontas. Mas, precisa saber escolher, não é mesmo?
E aí vem a beleza carregada de amor, de cuidado, ansiedade de agradar, ao longo dos anos, que aos poucos vão formando pequenos sulcos em volta dos olhos e branqueando os primeiros fios de cabelo.
E depois, precocemente, bem antes dos meninos, o despertar do interesse pelo outro sexo, já querendo, inconscientemente, escolher o pai para seus filhos e... num futuro igualmente distante... o vovô para seus netos.
E aí começa uma verdadeira odisséia.
 Algumas ficam na torre cuidando e penteando seus longos cabelos, aprisionadas por alguma bruxa, que pode ser o cuidado, o egoísmo, o excesso de proteção exterior ou instinto de autoproteção, esperando o príncipe ouvir seu canto e pedir suas longas tranças. Outras se lançam na busca enfrentando os perigos, procurando domar as feras ou, sendo domadas (esse é o perigo!). Mas, é nesta espera passiva ou ativa que a beleza vai se  formando, se aprimorando, se fortificando para a verdadeira luta na arena principal: o casamento.
Aí entra em cena a verdadeira guerreira, ou melhor, mais que isso, a perfeita gladiadora “ a la Russel Crowell, como Máximus em “Gladiador”. Com os mesmos princípios que ele demonstrou de altruísmo, fidelidade, persistência, coragem e até, se preciso, uns lances de crueldade para “proteger o futuro de Roma”, cá entre nós...
É nesta arena que a beleza cristalina da mulher (sem querer plagiar a do Guilherme Arantes) vem à tona e vai se aperfeiçoando a duras penas, mais ou menos como a beleza estética: tira aqui, acrescenta ali, tudo com muita dor. E vocês , vovós sabem muito bem do que estou falando. Quanto se perde! E como dói!
Mas, graças a DEUS, quanto se acrescenta de paciência, resignação, temperança,  alegria dos bons momentos, e muita sabedoria!
E tudo o que foi perdido e acrescentado estão refletidos nos pequenos sulcos do rosto e nos brancos dos fios. Isto é feiúra? De jeito nenhum!
É a pura beleza das vovós! Para ser respeitada e admirada, e... vovó Leo, sem comparações!
Cada uma tem a Sua beleza própria.
 Incomparável Beleza!
 Que todos, principalmente os vovôs reconheçam isto!
Dedico a vovó Leo com muito carinho, porque somos, juntas,  vovós de dois “cuequinhas” lindos: Davi e Vitor.